História da Padroeira
Segundo relatos do século XV, um comerciante roubou um quadro de uma igreja da ilha de Creta, na Grécia, devido a sua beleza, com o intuito de levar a imagem até Roma e lá revendê-la.
Durante o deslocamento, na travessia do mar Mediterrâneo, o barco que o homem e sua tripulação estavam, enfrentou uma violenta tempestade e quase naufragaram. Dizem que só foram salvos devido a intervenção de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Chegando em Roma, o comerciante adoeceu, e antes de morrer revelou a um amigo que tinha roubado o tal quadro, e sua intenção era que fosse devolvido a alguma Igreja.
O desejo do comerciante agora falecido não foi cumprido inicialmente, pois a mulher do amigo ao qual o comerciante revelou a intenção também achou a imagem belíssima e desejou ter com ela o quadro em sua casa. Passado algum tempo, o amigo morreu sem ter cumprido a promessa feita.
Tempos depois, em sonho, a Santíssima Virgem apareceu para a filinha de seis anos da viúva, revelando a necessidade de a imagem ser exposta para veneração na igreja de São Mateus, localizada entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João Latrão. O quadro foi entregue aos Agostinos Irlandeses, no dia 27 de março de 1499, ficando exposto por mais de 300 anos.
Já no século XVIII, Roma foi invadida pelos franceses e a igreja de São Mateus foi destruída. Os Agostinianos levaram a imagem para um lugar não revelado onde ficou por mais de 30 anos oculta dos veneradores.
Em janeiro de 1855, os Missionários Redentoristas adquiriram um terreno em Roma chamado de “Villa Caserta”, que passou a se chamar “Via Merulana” tornando este espaço a principal casa da congregação, que já tinha se espalhado por várias partes do mundo. O terreno adquirido era bem grande, dentro dele inclusive estavam as ruínas da igreja de São Mateus, espaço esse, escolhido pela Virgem Maria para ser seu santuário. No local, foi construída uma nova igreja chamada de Santíssimo Redentor.
Quando os Redentoristas souberam de toda a história do quadro da Mãe do Perpétuo Socorro, enviaram uma carta ao Papa Pio IX solicitando que o ícone retornasse ao lugar escolhido por Maria. O Papa concedeu a autorização e disse: “Fazei com que todo o mundo conheça esta devoção”.
Começou então o processo de limpeza e restauração do ícone. No dia 26 de abril de 1866, a imagem foi de novo exposta à veneração pública na Igreja do Santíssimo Redentor, e sob os cuidados dos Redentoristas, que se encarregaram de divulgar ao mundo a grande devoção maternal da Virgem.
O ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é mais que um quadro ou uma obra de arte, nele estão presentes símbolos sagrados que nos leva à uma profunda oração.
Sua versão original foi pintada por São Lucas na Grécia e o material utilizado foi a madeira, tendo 54cm de altura por 41,5cm de largura.
Na pintura os arcanjos Miguel e Gabriel seguram uma vara com uma esponja, uma lança e uma cruz, elementos da paixão de Cristo. Ambos flutuam acima dos ombros de Maria. Jesus ao ver os anjos se assusta e recorre aos braços da Mãe, neste ato uma de suas sandálias se desprende de seu pé. As mãos de Jesus estão nas mãos de Maria, e ela o conforta com ternura lhe transmitindo segurança através do gesto do Filho que se apoia na Mãe. O olhar de Nossa Senhora não se dirige ao Menino, mas a nós, porém sua mão direita nos apresenta Jesus, o Perpétuo Socorro.